Neste mês de junho a maior feira de design e mobiliário mundial, o Isaloni, voltou com todo seu potencial, após uma parada devido a pandemia, comemorando sua 60ª edição do Salão do Móvel de Milão, Itália, intitulada “Entre Espaço e Tempo”, através de 2.000 expositores, incluindo mais de 600 designers.
Em paralelo à feira acontece o Fuorisalone com atividades artísticas e culturais, que incluem exposições, intervenções e lançamentos, que acontecem pela cidade de Milão, principalmente nos bairros Brera, Tortona e Lambrate. Juntos estes dois eventos definem a famosa Milan Design Week, com a promessa de trazer projetos sustentáveis com tecnologias inovadoras, ou seja, o melhor lugar e momento para se captar as últimas tendências em design.
E este ano não foi diferente, percebi que muito antes das tendências estéticas, que acabam sendo resultado de função e necessidades de uma época, a intenção clara deste caminho sem volta é incorporar a sustentabilidade e a consciência ambiental como questão “sine qua non” na produção e distribuição de móveis como princípio fundamental, linha de pensamento essa que se estende a um consumo mais justificável, onde ao adquirir uma peça três questões terão de ser consideradas:
- Eu preciso?
- Eu realmente gosto disso?
- Qual será o destino final após meu uso?
E com esse olhar de futuro onde o design funcional, esteticamente agradável, capaz de gerar espaços de bem estar e inclusão, mostra que podemos melhorar nosso relacionamento com a natureza.
A responsabilidade de resumir essas tendências exibidas com maestria e abundância durante o período que estive em Milão é mais que um privilégio, é um prazer. Então vamos na ordem de cores, materiais e tecnologia.
Percebi que assim como nas formas, os materiais naturais e artesanais, eram evidentes, e a preferência estava em cores neutras e quentes, numa gama de terracota, com algumas exceções, é claro, a exemplo da instalação Dolce & Gabbana que vibrava em cores primárias.

Aproveito para comentar a presença de transparência composta por superfícies com desenhos orgânicos em alguns momentos que quando presente no design são sinônimo de luz e amplitude.
Mármores com veios proeminentes também protagonizaram nessa edição, com técnicas especiais, essas superfícies pareciam muito maleáveis e flexíveis, sendo apresentadas em diversos formatos. Em geral, a indústria tomou posse dos melhores materiais de todos os cantos do mundo, adaptando-os à vida moderna com uma atenção renovada.
Os metais no mobiliário apresentavam-se esbelto e em vários tons, enquanto que nos banhos a predominância do preto mate era quase unanime.
Como na moda o design dos anos 70 também se mostra forte no design de mobiliário não só na aparência, mas também na ergonomia, com assentos de sofás, cadeiras e tampos de mesas de centro mais baixos, criando uma atmosfera repaginada desta época.
O mobiliário de exterior renasce em todas as formas, materiais e estilos, como as peças desenhadas por Patricia Urquiola para a Kettal, que brincavam de vestir e despir móveis.
E em última análise, o Design x Tecnologia teve presença emergente e constante nas exposições por meio de projeções, integrações de aplicativos e muito mais, a tecnologia também apareceu em instalações artísticas, por exemplo, a incrível instalação em 3D Divided Layers impressa pelo Arsham Studio e instalada no Palazzo del Senato.
Enfim, quando a tecnologia e o design trabalham juntos, grandes resultados podem florescer para melhores espaços e para as vidas dos usuários. Acredito que o intuito de explorar a relação entre o ambiente natural e o design foi alcançado com sucesso na intensa Milan Design Week de 2022.
AUTORA DO ARTIGO: YAMARA DEL BEN




















